quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A Menina que criava sonhos VI

"No final, pensando bem, sempre me seguraram. E foi no momento que eu me vi realmente sozinha e era você que segurava minha mão para que eu não caisse naquele imenso penhasco em que se transformou minha vida que percebi: Eu estou viva e tenho medo de morrer, de não existir, de não ser lembrada. As tentativas de esticar minha outra mão para segurar a sua era muitas, mas no final, ela sempre caia novamente ao lado do meu corpo, sem forças. Desperada, supliquei pela primeira vez: Não me solte! Foi justamente neste segundo, que senti você soltar minha mão."

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- Eu não quero mais.
- Você sabe que não é verdade.
- Sei que você só quer isso de mim, mas eu quero muito mais de você. E saber que não vou ter, machuca...

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                      CAPITULO SEIS.
                       Eu ainda te amo.


     É tão engraçado como os fatos mudam logo. Em uma semana, ela estaria em um novo colégio e não podia negar: Estava insegura. Ela queria sim ser amada, mas por quem ela era, vai ver, por isso, era tão dificil. As palavras de sua amiga eram incertas, e ela não sabia se era positivas, afinal "Você é a pessoa mais angustiada, maluca, triste, complicada e inesplicavelmente perfeita que já conheci" é algo meio dificil de se entender. Mas quando era aquela amiga que dizia, sempre era bom. Afinal, quando estava ao lado dela, parecia que até as coisas em casa melhoravam. Mas o principal motivo de seu medo, eram as pessoas. No final de tudo, uma conclusão era certa: Yasmin se decepcionava demais, por motivos idiotas, mas que para ela, eram importantes. Pessoas que dizem algo diferente ao que disseram antes, em que suas açoes são o inverso de suas promessas, estas machucam. E isso já era comum...
     O caderno era seu melhor amigo, sempre foi. A culpa por se sentir culpada é algo triste e o amor é injusto. Na escola, ela decidiu ser ela mesma, se era para odiarem, que odeiem desde o inicio, mas nao ia servir de seguidora a ninguem dessa vez, não ia ser usada para depois der abandonada. Cansou de correr, e isso incluia sua familia. Os amigos a decepcionavam, voltavam, iam, era melhor organizar sua vida e isso devia ser feito rapido. O unico problema - e solução - era ele. Sempre foi ele e ela realmente acha que sempre vai ser. Seria egoismo de sua parte dizer que não quer que ele vá embora. Ela não conseguiria ver ele indo embora, ela não queria se afastar. Mas tinha que admitir. Amor ou amizade, ela só queria saber. A relação dos dois é tão vaga, ela apenas não aceita isso. E ele pode te-la a qualquer hora, mas não vai beija-la antes, nem falar Eu te amo depois. E quando ela perceber isso, será tarde demais, é isso que ela teme. Não importa quantos anos isso dure, ela não vai desistir e sempre chegara no mesmo ponto: Ela não queria ser só aquilo, mas não podia correr o risco de perde-lo. Falar eu não quero quando se quer, é dificil e qualquer uma das opçoes leva a decepção. No final, ela o ama como amava desde o começo. É perdidamente apaixonada e se machuca a cada dia. Ela escapa para o sonho que criou com seus restos de amor, mas a realidade sempre volta, dizendo que ele é perfeito para ela, mas ela dificilmente será perfeita para alguem. Ele é indiscutivelmente o amor de sua vida, mas qualquer uma é boa o suficiente para ele, menos ela. Isso faz com que se decepcione consigo mesma, e isso, machuca...

Bons sonhos.

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