domingo, 3 de janeiro de 2010

A Menina que Criava Sonhos III

"Meninas que dizem que não acreditam em contos de Fadas é porque não acreditam que sejam princesas, e já perderam seu principe encantado.

Eu não acredito em contos de Fadas."

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  - Você desistiu de casar?
   - Não, o noivo desistiu de mim.

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                CAPITULO TRÊS
                   Por causa de você.



       Não podia dizer que sua vida era ruim nem boa. Não podia dizer se realmente. Acordar, arrumar a casa, comer, se arrumar, escola, estudar, estudar e estudar. Ler, ouvir musica, ver TV, dormir. Essa era sua rotina anos atrás e era a rotina que a mãe queria que ela ainda tivesse, afinal, agora tinha a maldita internet e os malditos amigos de mentira. Ela amava seus amigos, é claro que amava, mas ela sempre se sentiu sozinha. Liana era tudo e ao mesmo tempo não podia ajudar em nada. Pobre garota de lua: Ria, chorava, enganava, fingia, envenenava, criava intrigas, brigava, mentia, manipulava, sentia saudades, adorava, cuidava e o pior: Ela podia amar.

Amar como jamais pensou que amaria alguem, amar mais do que a si mesma, mais do que pensava que era possivel. As lagrimas, vontade de se matar, ataques, a maldita saude fraca. Nada atrapalhava. Ela o amava, ela o queria, ele a fazia sorrir, chorar de alegria, se sentir especial. Morreu iludida.

Tantos meses que podem ser resumidos em tão poucas frases: Eu te amo, eu te odeio, eu sinto sua falta, eu nao quero te ver mais, somos amigos de novo.   Chorou, gritou, sofreu, sonhou, perseguiu, desistiu, desistiu de si mesma, chorou, sempre chorou, lamentou-se, superou e começou tudo de novo. E não importava a reação ou o que sentia, tudo se resumia a ele.

Mas que droga! Ela o amava, amava seu sorriso e tudo nele. Mas sentia raiva, nao dele, de amar ele! O que ela pensou que era pra ela, ele queria dizer pra outra. A letra da musica fazia sentido, contava seu sofrimento, a cena do filme mostrava seu final, a briga na escola nao ia acontecer se nao estivesse tao irritada por nao ter ele. Ele interrompeu seu presente, destruiu seu passado e roubou seu futuro. Ele era carinhosamente indiferente, e docemente egoista em relação aos seus sentimentos. Era um idiota que só a faz sofrer! Mentira, exagero dela por não querer culpar a si mesma. Mas existe mesmo culpado? Agora, já não importa mais. O amor dele tinha prazo de validade, o dela nao valia tanto assim. Todas calunias que criou para atingir a si mesma.

No final das contas, ele nao era o unico problema, nem uma solução suficiente. Os problemas era muitos, grandes, insuportaveis. E a menina de varias personalidades - porque muda de humor com uma rapidez que ate se pensa nao ser a mesma - fez a ultima coisa que se podia fazer. Ela desistiu de si mesma. Um, dois, três minutos... Ela nao chora, ela nao ri, ela é automatica. A menina morreu.

E ela não se movia, uma boneca de cera mal feita jogada em um canto. Perguntaram a menina que agora era serenamente inespreciva. Sabiamente tola.

- Tantos problemas e nenhuma solução, seu coração nao deve ter aguentado.

- Não sei te responder isso.

- Como assim?

- Eu nao senti meu coração?

- Por que?

- Ele esqueceu de me devolver. Mesmo assim, a dor era forte.

- E então, como você acabou com isso?

- Eu me matei.

E apesar de toda a felicidade entre eles, ela nunca mais seria feliz. Ele falava eu te amo, ela falava que era mentira. No final das contas, ele só não a amava como ela queria. O ano acabou, que comece a nova historia. Mas, calma ai... Ela não morreu?

Bons Sonhos, minha menininha.

Minha menininha... Você se lembra quando me chamou assim? Disse que ia me proteger. Isso incluia me proteger de você? Eu acho que não.

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